Não basta ler que as areias das praias são quentes; quero que meus pés nus as sintam.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Família Gonçalves Amaral - Estudo das origens

         ESTUDO DAS ORIGENS DA FAMÍLIA GONÇALVES DO AMARAL
                                  
“ A curiosidade nos leva a indagar: onde moravam nossos ancestrais, como é que viviam, qual a concepção que tinham do destino humano?
Tudo isso facilita o entendimento do que fizeram ou deixaram de fazer”.
Alcântara Machado

Sobrenome de origem geográfica.  Amaral é o nome de uma casta de uva preta cultivada na Beira, no Minho e no Douro (Antenor Nascentes, II, 14). 
A mais antiga  família com este sobrenome tem sua origem em Martim Afonso Amaral que viveu no ano de 1250, em Portugal, durante o reinado de D. Afonso 3º, (1248-1279). Filho de D. Afonso Ermigues, Senhor da Quinta e lugar do Amaral, de onde tomou o seu sobrenome.
Numerosas foram as famílias com este sobrenome que vieram para  Brasil.
No entanto, não se pode considerar que todos os Amarais existentes no Brasil, mesmo os procedentes de Portugal, sejam parentes. Isto porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Amaral.
O mesmo se aplica no campo da heráldica; jamais se pode considerar que uma Carta de Brasão de Armas de um antigo Amaral, se  estenda a todos aqueles que apresentam este mesmo sobrenome, isto porque não possuem a mesma origem.

Uma das mais antigas famílias no Rio de Janeiro procede de Antônio Diogo do Amaral [n.c.1550], casado com Michaella de Jesus Arão. Teriam sido os pais das conhecidas irmãs Isabel de Amaral, Maria de Arão e Domingas de Arão que, do casamento com Tousaint Gurgel, originou-se o importante grupo dos Amaral Gurgel e Gurgel do Amaral.
Ainda, no Rio de Janeiro, temos a família Campos do Amaral, que se desdobrou em diversos ramos, que se espalharam pelo Rio, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.  



Esta diversidade de famílias Amaral também se aplica ao Rio Grande do Sul.
Há aquelas cujos ascendentes vieram diretamente de Portugal ou de suas ilhas (açorianos); há as vindas de São Paulo e Minas Gerais, durante o ciclo do tropeirismo e há as vindas da Espanha via Uruguai e Argentina.
Alem de toda essa diversidade há ainda as dificuldades de se obter dados em um território que viveu sob guerras e revoluções  por décadas, como foi o caso do  estado gaúcho.
Desde os tempos coloniais até meados do século passado, foi um território cronicamente conflagrado. Em setenta e sete anos tivemos doze conflitos armados, contadas as revoluções.
Nascido dentro de um plano político de aproximação com a fonte produtora de prata encravada no altiplano sul-americano o Rio Grande do Sul esteve diretamente envolvido em todos os acontecimentos ligados à área platina.


Dentro desse processo, a partir do Tratado de Madri (1750), que estimulava o povoamento do extremo sul, o Rio Grande foi  envolvido em longos períodos de guerras e revoltas em que famílias perdiam tudo ao  se deslocarem de uma região para outra, dentro ou além fronteiras. Foram as guerras de fixação de fronteiras entre  os Domínios Português e Espanhol; a Guerra dos Farrapos, que durou dez anos, de 1835 a 1845; a Guerra do Paraguai, com a invasão do Rio Grande do Sul pelas tropas paraguaias, em 1865, dando inicio ao conflito.
Todo esse quadro de transformação atua diretamente sobre a vida das famílias,quebrando os elos de ligação que permitem que a história de uma família seja narrada.