Com a exploração do ouro nas Minas Gerais (1700), a demanda por
animais de carga tornou indispensável a busca de uma rota que ligasse o Brasil com a região de criação de mulas no sul do continente, na época pertencente ao vice-reinado do Peru.
Como não havia ligação por terra entre o Rio Grande de São
Pedro e as Minas Gerais, em 1733 abriu-se a picada Araranguá - Lages e a
primeira tropa de mulas passou rumo às minas de ouro. Vinham dos campos de Córdoba,
Santa Fé e Entre-rios, contornavam a
Lagoa Mirim e subiam pelo litoral até Araranguá. A razão de tamanha volta era as Missões Orientais do Uruguai, constituídas pelos Sete Povos das
Missões, que pertenciam a Espanha e só foram incorporadas aos domínios portugueses em 1801.
Preocupado com as regiões limítrofes entre o Brasil e as
colonias espanholas, D. João VI, através da Carta-Régia de 5 de novembro de
1808, criou a Real Expedição de Guarapuava sob o comando de Diogo Pinto de
Azevedo, com a finalidade de descobrir
um caminho para "o País das Missões" e cujo quartel se estabeleceu em
Atalaia, ponto de partida para a exploração do sertão de Tibagi e do rio
Iguaçu.
Em 1815, com a
Real Expedição em pleno andamento, D. João VI ordenou que dela partisse uma missão com o fim específico de abrir
caminho para as Missões. Para essa incumbência foi designado Atanagildo Pinto Martins, que estava
explorando o rio Chopim, em Chapecó.
Atanagildo partiu guiado por índios em busca do Goio-En, que na linguagem caingangue significa águas grandes, águas profundas, passo fundo. Nessa missão, foram descobertos os Campos Novos(Roselys).
Atanagildo partiu guiado por índios em busca do Goio-En, que na linguagem caingangue significa águas grandes, águas profundas, passo fundo. Nessa missão, foram descobertos os Campos Novos(Roselys).
Do Pontão, hoje Barracão,
Atanagildo rumou para a Lagoa Vermelha em busca da estrada real, que partia do
passo de Santa Vitória, vinha pelo dorso da Coxilha Grande cruzar o Mato
Português, o Campo do Meio, o Mato Castelhano, o passo do rio Uruguai Mirim –
nome indígena do rio Passo Fundo. A partir
daí Atanagildo seguiu sempre pelo dorso
da Coxilha Grande até São Borja, onde se apresentou ao
comando militar português.
Os pioneiros do Planalto Médio situaram-se estrategicamente
nas proximidades do Passo do Jacuí Mirim, onde erguia-se o monumental "pinheiro
marcado", ponto de referência indicando o local do passo. Escreve Beschoren:
"O "Pinheiro Marcado" é um gigantesco e velhíssimo pinheiro, que
permanece exatamente no lugar onde a estrada carreteira deixa a Coxilha Grande,
para o Sul". Diz a lenda que no tronco do monumental pinheiro estava
escrito uma frase em latim, "em ponto de meio dia o sol me dói a
cabeça". Nesta região surgirão os povoados de São Luiz, Santa Bárbara e mais
tarde, os municípios de Palmeiras das Missões, Cruz Alta e Passo Fundo.
Dos casamentos entre os descendentes dos pioneiros Atanagildo Pinto Martins ( os Amaral); Rodrigo Félix Martins (os Quadros e Martins); e dos irmãos Alexandre Luiz da Silva e João da Silva Machado ( os Sampaio, os Porciúncula e os Meira e os Vergueiro), surgem as famílias, descendentes e agregados, tendo como núcleo a Fazenda São Benedito e como ponto comum de união o passo do Jacuí Mirim, que ocuparam e povoaram as terras desde a Fazenda Sarandi em Passo Fundo até Santa Bárbara em Cruz Alta.
Os limites foram a floresta do Uruguai até Palmeira das
Missões; a floresta do Botucaraí até Cruz Alta e pelo campo em uma linha de
Cruz Alta a Palmeiras. Estas famílias ocuparam e povoaram todo o Planalto
Médio. Mais tarde, as matas que lhes serviam de divisas naturais foram loteadas
e colonizadas pelos imigrantes alemães e italianos.
(Dados retirados da Revista Somando – A povoção de
Jacuizinho).
Athanagildo casou na vila de Castro (PR) com Ana Joaquina do Amaral, tendo-se
tornado grande proprietário de terras em Cruz Alta. Teve seis filhos, dos quais
resultou grande descendência.
A esposa de Antônio Corrêa Pinto, Maria Antonia de Jesus e
seus irmãos Baltasar e Antônio Rodrigues de Oliveira, que passam a residir em
Lages, descendem dos Oliveira paulistas.
Tornaram-se parentes de Bento do Amaral Gurgel e de Miguel Pedroso Leite,
através dos sucessivos casamentos havidos em Lages, entre seus filhos e netos.
A primeira esposa de Bento
do Amaral Gurgel, segundo capitão-mor de Lages, é Maria Catarina de Jesus
Fragoso, pertencente à família Soares Fragoso, de Taubaté (SP), assim como
Manoel Marques Arzão, pai da esposa de José
do Amaral Gurgel, irmão do
capitão-mor Bento do Amaral Gurgel, todos residentes em Lages. São
numerosos os descendentes dos Amaral. Vários deles se estabeleceram na região
de cima da serra, no Rio Grande do Sul.
Maria Boaventura do Amaral, sobrinha de Bento do Amaral Gurgel, foi casada três vezes e teve do seu primeiro marido José Francisco de Morais Navarros, entre outros filhos, Manoel Antônio do Amaral, que fixou residência em Cruz Alta e Maria Jacinta do Amaral, de quem descende Nereu de Oliveira Ramos, que foi presidente do Brasil e interventor de Santa Catarina.
Maria Boaventura do Amaral, sobrinha de Bento do Amaral Gurgel, foi casada três vezes e teve do seu primeiro marido José Francisco de Morais Navarros, entre outros filhos, Manoel Antônio do Amaral, que fixou residência em Cruz Alta e Maria Jacinta do Amaral, de quem descende Nereu de Oliveira Ramos, que foi presidente do Brasil e interventor de Santa Catarina.
Todas essas informações são fornecidas por DACHS, nos seus
artigos publicados no Guia Serrano.
O realce dado a Antônio Ribeiro de Oliveira, foi motivado
pela descoberta da sua ligação com Ana
Joaquina do Amaral, que casou com o alferes Atanagildo Pinto Martins. Estes passaram de Castro, no Paraná, para
o Planalto Médio do Rio Grande do Sul, acompanhados de muitos parentes.
Ana Joaquina é filha de Antônio Ribeiro de Oliveira e de Ana Maria do Amaral, sobrinha de Bento
do Amaral Gurgel. Seus nomes constam na primeira lista de habitantes de Lages,
em 1777, onde não mais residem em 1789.
Baltasar Joaquim de Oliveira e Antônio Rodrigues de
Oliveira, filhos do sargento-mor Antônio Rodrigues de Oliveira, casaram respectivamente com Maria Joaquina do Amaral Gurgel e com Maria Inácia do Amaral Gurgel, filhas
do capitão-mor Bento do Amaral
Gurgel e de Maria Catarina de Jesus Fragoso, todos
residentes em Lages.
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